Permite-nos usar outros sentidos para ver, olhar, contemplar, fruir.
Didi-Huberman mostra-nos uma metáfora que dialoga com a possibilidade de uma inter-relação sujeito/objeto que perpassa a mera percepção ou repção da imagem. O mundo-coisa é povoado por nossas coisas e somos, também, coisas desse mundo. Vivemos com as imagens e nelas nos espelhamos. A vitrine, o outdoor, nosso espelho e aquela pessoa que encaramos na rua são coisificações de nossa sede por imagens. Somos o outro no espelho e queremos o outro em nossos devaneios visuais. Brads Pitts ou Angelinas Jolys habitam nosso mundo-coisa e neles vemos mais que eles mesmos. Vemos outros, vemos nós. Somos coisas desse mundo.
A aventura da imagem é a aventura do homem: dotado de criatividade, imaginação, sensibilidade e habilidade, transforma o mundo em coisa e as coisas em mundo. Inventa técnicas, tecnologias, máquinas que roubam a alma das coisas. Cria sentidos para aquilo que é um detalhe e transforma detalhes em uma imensidão de sentidos. O que é uma coisa vista? O que é uma coisa representada?
Não precisamos responder... Precisamos apenas sentir o que circunda uma aparição, um acontecimento imagético. Imagenos quão poético é ver o mundo por meio de um buraco e, ao mesmo tempo ver a imensidão de fractal. Com máquinas, engenhocas e dispositivos ultracomplexos, mudamos os modos de ver, de guardar e de mostrar essas imagens para o mundo.
Adorei a reflexão...
ResponderExcluirAs imagens também
A sequência de imagens artísticas dialoga com a curiosidade do observador que tenta descobrir se a imagem central refere-se ao espelho ou ao corte no primeiro plano, na madeira.
ResponderExcluirEntão, entendo que dependendo do plano e também do foco a imagem pode representar situações confusas.
(Leonel Muniz).