segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Imagens vistas....Imagens lidas

O que está por trás da imagem é muito mais do que podemos ver....
Permite-nos usar outros sentidos para ver, olhar, contemplar, fruir.
Didi-Huberman mostra-nos uma metáfora que dialoga com a possibilidade de uma inter-relação sujeito/objeto que perpassa a mera percepção ou repção da imagem. O mundo-coisa é povoado por nossas coisas e somos, também, coisas desse mundo. Vivemos com as imagens e nelas nos espelhamos. A vitrine, o outdoor, nosso espelho e aquela pessoa que encaramos na rua são coisificações de nossa sede por imagens. Somos o outro no espelho e queremos o outro em nossos devaneios visuais. Brads Pitts ou Angelinas Jolys habitam nosso mundo-coisa e neles vemos mais que eles mesmos. Vemos outros, vemos nós. Somos coisas desse mundo.


As imagens aqui publicadas fazem parte de um ensaio fotográfico que revelam partes de esculturas executadas por alunos da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. Expressam a totalidade das partes e instigam o discurso da visualidade/visibilidade daquilo que, muitas vezes, deixamos passar.....Ou sentir...Ou fruir.



A aventura da imagem é a aventura do homem: dotado de criatividade, imaginação, sensibilidade e habilidade, transforma o mundo em coisa e as coisas em mundo. Inventa técnicas, tecnologias, máquinas que roubam a alma das coisas. Cria sentidos para aquilo que é um detalhe e transforma detalhes em uma imensidão de sentidos. O que é uma coisa vista? O que é uma coisa representada?


Não precisamos responder... Precisamos apenas sentir o que circunda uma aparição, um acontecimento imagético. Imagenos quão poético é ver o mundo por meio de um buraco e, ao mesmo tempo ver a imensidão de fractal. Com máquinas, engenhocas e dispositivos ultracomplexos, mudamos os modos de ver, de guardar e de mostrar essas imagens para o mundo.






2 comentários:

  1. Adorei a reflexão...
    As imagens também

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  2. A sequência de imagens artísticas dialoga com a curiosidade do observador que tenta descobrir se a imagem central refere-se ao espelho ou ao corte no primeiro plano, na madeira.
    Então, entendo que dependendo do plano e também do foco a imagem pode representar situações confusas.
    (Leonel Muniz).

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